24 de Fevereiro – Dia Nacional da Cáritas
TUDO NOS RETORNA
COMO BENÇÃO, PAZ E ALEGRIA
“Conhecer para melhor cuidar” – jornada de formação para cuidadores de doentes de Alzheimer -, dádiva de sangue na cidade de Leiria, assembleia anual de colaboradores, e “peditório público” nos maiores centros urbanos, são as acções que a Cáritas de Leiria preparou para os próximos dias, no âmbito da sua Semana Anual.
TUDO NOS RETORNA
COMO BENÇÃO, PAZ E ALEGRIA
“Conhecer para melhor cuidar” – jornada de formação para cuidadores de doentes de Alzheimer -, dádiva de sangue na cidade de Leiria, assembleia anual de colaboradores, e “peditório público” nos maiores centros urbanos, são as acções que a Cáritas de Leiria preparou para os próximos dias, no âmbito da sua Semana Anual.
Pode sempre questionar-se o alcance prático de um dia ou semana de uma qualquer causa, sabendo-se que muitos destes dias são de imediato submergidos uns pelos outros, não escapando, na maior parte, a uma indiferença comum.
O facto de não ser mensurável o que fica, não diminui a importância de, ao menos uma vez em cada ano, levar ao espaço público a proposta de um humanismo novo, alicerçado na justiça e na solidariedade, capaz de interpelar consciências, desafiar indiferenças e suscitar para comportamentos e práticas que exprimam o reconhecimento da igual dignidade de todos os seres humanos.
Parecem princípios e valores teóricos; mas ganham gritante visibilidade nos rostos de centenas de milhões de homens e de mulheres, em todo o mundo. E também ao pé de nós, se nos dispusermos a alargar o olhar para lá da estreiteza dos interesses e horizontes pessoais. Acentuam-se as desigualdades, acumulam-se nas mãos dos poucos a riqueza produzida e continua a reproduzir-se sem descontinuidade uma pobreza endémica, com as maiores vítimas entre as pessoas idosas, as crianças sem futuro, os desempregados, os imigrantes explorados, as pessoas afectadas por desequilíbrios do foro psíquico, as famílias monoparentais, quantos e quantas a subsistir em condições de extrema precariedade.
Não custa reconhecer que os sucessivos dias Cáritas contribuem também, à sua medida, para o desenvolvimento da consciência individual e colectiva destes problemas, e despertam para a solicitude activa, para com este cada vez mais alongado cortejo de empobrecidos e marginalizados. Estimulam para sentimentos e práticas de humanização solidária e fazem muitas pessoas abrirem-se em gestos de entreajuda, e a reconhecerem-se também, individualmente ou em associação com outros, como parte da solução dos problemas.
As acções que a Cáritas preparou, entre 16 e 24 do corrente mês de Fevereiro, respondem a necessidades concretas, seja das famílias, dos cidadãos em geral ou das pessoas mais fragilizadas; mas transportam também, todas, a mesma proposta de descentramento dos interesses pessoais, convidando a abrir o coração e o olhar às necessidades de outros.
A Cáritas não se assume como central de distribuição de bens materiais nem como solução para todos os problemas humanos; mas não pode refugiar-se em idealismos estéreis ou em retórica inútil e vazia,. porque os pobres têm rosto e nome e são concretas as suas necessidades, Para se organizar, para promover e ser escola de valores, para realizar gestos concretos de ajuda nas necessidades maiores, a Cáritas não pode deixar de dispor de alguns bens materiais. É espaço de gratuidade voluntária, não pesando um cêntimo ao orçamento público. Por isso, todos os anos, por esta ocasião, leva às cidades, vilas e aldeias da diocese, o chamado “peditório público”, como proposta de repartir do que sobra ou, porventura faz falta, para que a outros não falte tanto.
Agradecemos a participação de todos e de cada um, bem como o acolhimento alegre e compreensivo com que vão continuar a ser recebidos os nossos colaboradores/as. Diferentes na capacidade de repartir, sejamos iguais no mesmo afecto do coração.
A partilha de bens constitui um exercício de cidadania activa de quem livremente se assume solidário com todos os membros da família humana. E para os discípulos de Jesus, como para todas as pessoas de boa vontade, constitui também uma fonte de bem estar interior, como salienta Bento XVI na mensagem para esta Quaresma: “todas vezes que, por amor de Deus, partilhamos os nossos bens com o próximo necessitado, experimentamos que a plenitude da vida provém do amor, e tudo nos retorna como bênção, sob a forma de paz, satisfação interior e alegria”.
Cáritas Diocesana de Leiria
Ambrósio Santos
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