8 a 15 de Março – Semana Nacional da Cáritas
Mensagem do Presidente da Cáritas de Leiria relativo à Semana Cáritas
(8 a 15 de Março – Semana Nacional da Cáritas )
Juntos,
daremos vida à esperança
Submergidos uns pelos outros, pode questionar-se o alcance prático dos sucessivos dias ou semanas de uma qualquer causa, que na sua maior parte passam despercebidos não deixando atrás de si qualquer rasto perceptível.
Pode não constituir excepção e não escapar à indiferença comum a existência de uma Semana Nacional da Cáritas. No entanto, as circunstâncias do tempo presente marcadas pela grave crise social em desenvolvimento, trouxeram para a actualidade um interesse redobrado, não apenas pela acção da Cáritas em todo o espaço nacional para aliviar as dificuldades de um crescente número de famílias, mas também pelas valores, ideário e motivações que a inspiram.
É legítimo esperar, por isso, que as propostas e acções preparadas para esta Semana Nacional pela Cáritas de Leiria-Fátima encontrem também redobrado eco e envolvente participação, tanto da parte dos crentes como de todas as pessoas que se identificam com os seus propósitos e com a sua acção concreta.
A interpelação a uma forma de viver caracterizada pela atenção às necessidades dos outros, sobretudo os mais pobres e fracos, que caracteriza a Cáritas, poderão e deverão uns colhê-la no nexo radical do amor a Deus e do amor ao próximo, que perpassa, de forma inequívoca, por toda a tradição evangélica. Outros, porém, a partir da condição de cidadãos da mesma cidade e membros da mesma família humana, farão dos gestos de descentramento dos interesses pessoais, um exercício de cidadania consequente e de solidariedade activa, mostrando de igual modo que o próximo em dificuldade não lhes é indiferente. A Cáritas de Leiria, tendo embora nas comunidades cristãs da diocese o seu suporte mais significativo, pode testemunhar aqui, também com grato reconhecimento, essa pluralidade de contributos na vivência da solidariedade.
Deste modo, por caminhos diferentes mas igualmente nobres, podemos todos, políticos e governantes, empresários e trabalhadores, associações religiosas ou civis, abrir-nos à aceitação recíproca, ajudando os mais fracos, superando barreiras e indiferenças, contribuindo para o fortalecimento dos laços da solidariedade humana e estabelecendo os alicerces de uma convivência fraterna e pacífica. Sobretudo nos dias difíceis como os que atravessamos, nenhum contributo, nenhuma boa vontade está a mais, como não pode estar a menos, para promover uma verdadeira humanização das estruturas políticas, económicas e de desenvolvimento. Só juntos, venceremos pessimismos e daremos vida à esperança.
De entre as iniciativas preparadas para esta semana (ver noutro local deste jornal) é o chamado “peditório” público a que tem maior visibilidade. Ainda que, e sobretudo na hora actual, as carências materiais estejam na primeira linha das preocupações da Cáritas, ela propõe-se ser também escola de solidariedade, agente transformador da sociedade, no despertar das consciências para os problemas sociais mais graves e suscitar para a comum responsabilidade na sua resolução.
As outras acções que preparámos, como a participação na dádiva de sangue, o desenvolvimento de competências das pessoas cuidadoras de doentes de Alzheimer e a formação de agentes/colaboradores da Cáritas, indo ao encontro de necessidades concretas de muitas famílias e da sociedade em geral, reflectem também a largueza das preocupações da Cáritas e dos horizontes que se abrem à sua intervenção. Mas exprimem ainda a sua disponibilidade para continuar a dar o seu decidido contributo para o compromisso comum de edificação de uma cidade renovada, justa e solidária, onde prevaleça o reconhecimento da primazia do bem comum e da igual e absoluta dignidade de cada pessoa humana.
Ambrósio Santos
Cáritas Diocesana de Leiria
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